AMARILIS, DEUSA MÃE DO AMARELO, por arturjotaef Figura 1: Cornelis van Poelenbu

AMARILIS, DEUSA MÃE DO AMARELO, por arturjotaef Figura 1: Cornelis van Poelenburgh Amaryllis Giving Myrtill the Prize. Neste quadro, Amarília é claramente uma açucena amarela tal como amareladas são profusamente as cores dominantes da cena pastoril que a rodeiam o que indica que o autor saberia que esta era a cor das antigas flores do Amarílis. O mais plausível será o «amarelo» derivar do nome da mítica Amarília, desde logo por causa dos fálicos estames amarelos dos lírios brancos (Lilium candidum) que são as odoríficas açucenas! Portugês Espanhol Grego Latim amarelo amarillo xanthos / Kitinos flavos Amarelo (< Ár. amrah???) < ant. amarelho < Do b. lat. hisp. amarillu, “amarelento; pálido, cor própria dos enjoados pelo “mal-de-mer”” < ???  New Latin Amaryllis < Grec. Amarullis < *Amar-lilu, literalmente “o lírio (filho) de Maria“. O Amarilis actual é um (único espécies) género monotípico de planta também conhecido como “lírio da Beladona” ou flor das “senhoras nuas”. As espécies únicas, Amarílis beladona, são nativas da África do Sul, particularmente da região rochosa do sudoeste perto da Cabo. No entanto, o nome científico do Amarílis deriva do duma pastora das Éclogas de Virgílio do grego αμαρυσσω (latino amarysso) significando “brilhar”. Amarilis: nymphe promise à Silvio, mais éprise de Mirtillo. Il Pastor fido. Amaryllis was a popular woman's name in ancient Greece. O nome de Amarília foi glosado até à exaustão deste os tempos clássicos até à modernidade em múltiplas variantes tanto pela melodiosa sonoridade do nome de Amaríla como pelo seu tema apaixonante, ora feito de amores trágicos e impossíveis, ora repleto de belas mulheres difíceis de alcançar! Em português foi cantada com a lira de um Camões arcádico como Marília de Dirceu por Tomás António Gonzaga: Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela! (…) Assim sendo Amarília seria em toada lusa o “lírio de Maria”. Os autores que a fizeram noiva de Sílvio mas apaixonada de Mirtilo talvez estivessem glosando um arcaico mito de morte e ressurreição idêntico ao de Inana / Istar / Tamuz, dividida entre os amores dum pastor e os dum fazendeiro que teria ficado na memória colectiva como nos contos infantis. Amarília é assim um nome de origem grega que quer dizer “deslumbrante”, como é seguramente a luminosa cor do amarelo. Também conhecida como açucena, é sinónimo de “orgulho” na linguagem das flores. A questão que se coloca é a de saber se o Amarilis actual é uma pura descoberta botânica moderna ou se corresponde a uma apropriação por parte da comunidade científica do nome duma flor deste mesmo nome cuja tradição se perdeu nas vicissitudes dos erros e indefinição da evolução das línguas modernas e nos registos da transmissão da vasta herança da cultura clássica. Pois bem, existem provas e indícios da existência duma flor do Amarilis anterior à sua descoberta nas rochas da região do Cabo. Desde logo, o facto de Amarilis significar em grego “brilhante” como é o amarelo, e, por segura associação mítica do amarelo com a mulher (de acordo com simbologia já conhecida na pré-história), mulher bela e deslumbrante, e como tal, fatal (na tipologia de Teócrito Amarília é cruel e indiferente!) Amaryllis est un beau prénom féminin d'origine grecque. De l'antiquité à nos jours, des héroïnes littéraires ont façonné de leurs qualités physiques, psychologiques ou morales un personnage de légende (on dirait aujourd'hui virtuel) autour du nom. Chez le grec Théocrite Amaryllis est une bergère qui pousse son soupirant au désespoir. Après Virgile, qui montre la forêt chantant la beauté d'Amaryllis, notre héroïne deviendra l'archétype de la belle femme. Avec Guarini (El Pastor Fido, 1590) Amaryllis aura un grand succès qui se prolongera dans la littérature et la musique de la fin du XVIe au milieu du XVIIIe siècle. Elle figure dans nombre de madrigaux, opéras, comédies et romans pastoraux alors fort en vogue. Giulio Caccini - Amarilli, mia bella.mp3 Au cours des siècles les poètes feront appel à Amaryllis pour son pouvoir d'évoquer Virgile ou la poésie pastorale, indissociable de ses origines, et comme descriptif flatteur d'une belle femme, parfois irrésistible mais naturelle car campagnarde. (…) Depois, há que contar com as estranhas incertezas que rodeiam a história da taxonomia do amarílis bem como as etimologias propostas para o nome desta flor. Na verdade, se não temos a certeza sobre qual planta Lineu nomeou Amaryllis belladonna como poderemos saber se os italianos chamavam beladona ao amarílis actual ou a um qualquer outro amarílis, comum na região mediterrânica e que os ibéricos teriam usado para nome do amarelo, como usaram o nome da fruta da laranjeira, a flor da roseira, a alface, o vinho tinto, e muitos outros nomes rurais para nomes de cores? Le nom de la fleur d'Amaryllis a récemment posée deux questions complexes, dont la première reste en suspens : Sur le plan étymologique, quelle est l'origine du nom, le grec amaryllis ou le portugais amarelo (ou l'espagnol amarillo)? Sur le plan nomenclatural, quelle plante Linné a t-il nommée Amaryllis belladonna? Deux hypothèses se disputent l'origine du nom: - L'hypothèse la plus anciennement admise rappelle que ces fleurs étaient appelées bella donna en Italie. Le nom Amaryllis, qui est à cette époque le nom de la personnification de la belle femme pour ceux qui ont fait leurs humanités, s'est alors naturellement imposé pour remplacer ou compléter ce nom vernaculaire. Figura 2: hémérocalles. - Le nom portugais de la couleur jaune a put être donnée à une fleur jaune originaire de l'ancien monde (les hémérocalles?), puis, son orthographe ayant évoluée, glisser ensuite, du fait d'une ressemblance de forme mais non plus de couleur, vers les exotiques Amaryllis après leur découverte. El nombre Hemerocallis procede de las palabras griegas para día y belleza, que refleja el hecho que las flores individuales duran solamente un día. El nombre común en otros idiomas es: "Tag-lilie" (alemán), "hémérocalle" (francés) y "daylily" (inglés). En español, además de ser conocida como "lirio de día", también se la llama "lirio japonés", "lirio de la mañana" o, "lirio de San Juan", "azucena amarilla", "azucena turca" o, simplemente, "hemerocalis". El género Hemerocallis es originario de regiones templadas de Asia, particularmente de Japón, Siberia, Corea y China. Sus flores grandes y vistosas, las han hecho populares a lo largo de todo el mundo y, a través de su cultivo, varias de las especies del género se han diseminado e, incluso se han naturalizado, en muchos países de Europa y de América.[ Adiante se verá que também o açafrão foi, ou é, conhecido na península ibérica como açucena amarela o que significa que qualquer tipo de flore liliácea de cor amarela pode ter sido popularmente confundida, pelo menos na península ibérica, como sendo sempre a mesma flor que na Itália eram a “Bella Dona”, numa tradição mítica que remontaria à Madona de tempos imemoriais! Si cette version était juste, elle n'exclue pas l'influence finale de la précédente. (...) Amaryllis L. Species Plantarum 292. 1753. NB: L'Amaryllis de Linné était en fait un Hippeastrum et non pas l'espèce du cap.Cependant après 2 siècles d'imbroglio, en 1987, il a été décidé de "conserver" le nom Amaryllis pour l'espèce africaine. Amaryllis ne doit maintenant plus être employé au sens d'Hippeastrum. – Amaryllidaceae, Pascal Vigneron. One of the first mentions of the species in botanical literature is by Dr. Paul Hermann in Paradisus Batavus in 1698. This Dutch scientist described a plant sent to him from the New World tropics for identification in 1689 as "Lilium americanum puniceo flore Bella Donna dictum" (the American lily with scarlet flowers called Belladonna). In his plant classification treatise of 1700, Elments de botanique, French botanist, Joseph Pitton de Tournefort defined twenty-one species of bulbs with funnel- shaped flowers borne in umbel-shaped clusters at the top of a leafless stalk as Lilio- Narcissus. Carolus Linnaeus accepted de Tournefort's classification of the Lilio- Narcissus genus, first listing five species in Hortus Cliffortianus in 1737, then later encompassing nine in his 1753 Species Planatarum. Subsequently, Linnaeus, in creating the binomial system of plant classification-the system adhered to today by plant scientists throughout the world via the International Code of Botanical Nomenclature-eschewed hyphenated generic plant names. In homage to the beautiful nymph, Linnaeus renamed the group Amaryllis, the name that persists to this day. Excerpt from Amaryllis, by Starr Ockenga. De facto, o Amarilis de Lineu já não o é porque, ainda que continuando uma amarilidácea, passou a ter o nome de género Hippeastrum. Como se vê, os enguiços do amarelo não têm parança! Que o amarelo português tenha estado na origem dum percalço de Lineu, voi la, quel surprise! No entanto, a probabilidade de tal equívoco é remota, tanto mais que, ciosos como os lusos são de todas as migalha de fama marítima que tenham tido, seguramente que se uploads/Ingenierie_Lourd/ amarilis 1 .pdf

  • 20
  • 0
  • 0
Afficher les détails des licences
Licence et utilisation
Gratuit pour un usage personnel Attribution requise
Partager