INTRODUÇÃO Le programme et la méthode O programa e o método Le début du 20e siè
INTRODUÇÃO Le programme et la méthode O programa e o método Le début du 20e siècle est un moment décisif pour la constitution des sciences de l’homme. La psychologie, les sciences de l’éducation mais aussi la linguistique et la sociologie commencent à prendre leur autonomie par rapport à la philosophie et créent leurs propres infrastructures : laboratoires, chaires professorales, revues scientifiques spécifiques à chaque discipline voient le jour. Cette période est aussi celle des fondateurs. Wilhelm Wundt (1832-1920) crée en 1879 le premier laboratoire de psychologie à Leipzig et ouvre la voie à la psychologie expérimentale. En France, Alfred Binet (1857-1911) réalise une des premières grandes recherches sur le développement intellectuel de l’enfant. Et à Genève, Édouard Claparède fonde en 1912 l’Institut Jean-Jacques Rousseau, la dite Ecole des sciences de l’éducation. Nombre de courants qui dominent jusqu’à aujourd’hui la pensée théorique et les méthodes empiriques dans les sciences de l’homme se sont constitués au début du 20e siècle. Pourtant, même si cette diversification des théories et des démarches est une des caractéristiques fortes de cette période, il y en a une autre, qui semble aujourd’hui parfois oubliée ou écartée. Cette génération des fondateurs des sciences humaines produisait un savoir sur l’homme non encore morcelé en un savoir purement disciplinaire. Cela s’explique par le fait que la majorité d’entre eux a été formée dans les Facultés de philosophie et que plus tard, ils y enseignaient la psychologie, la pédagogie ou la linguistique. De surcroît la philosophie jouissait encore de son rôle de « science des sciences » au moins sur le plan épistémologique. On trouvera donc dans les œuvres des fondateurs non seulement des résultats nouveaux et applicables par les praticiens, non seulement des méthodes qui vont faire école, mais aussi des réflexions épistémologiques et philosophiques portant avant tout sur la capacité des sciences humaines à produire une connaissance de l’homme pouvant être à juste titre qualifiée comme scientifique. Cette imbrication entre une pensée philosophique pour les sciences de l’homme et un savoir spécifiquement disciplinaire rend la lecture de leurs textes souvent difficile. En même temps, cette situation donne au lecteur actuel la possibilité de découvrir des idées qui n’ont pas été reprises par les successeurs, des thèses qui n’ont pas toujours trouvé une entrée dans les courants qui, depuis lors continuent à se développer dans une spécialisation de plus en plus grande. O começo do século XX foi um momento decisivo para a constituição das ciências do homem. A psicologia, as ciências da educação, assim como a lingüística e a sociologia ganham autonomia em relação à filosofia e criam suas próprias infraestruturas : laboratórios, postos universitários, revistas científicas específicas de cada disciplina começam a aparecer. Esse período foi também o dos fundadores. Wilhelm Wundt (1832-1920) cria o primeiro laboratório de psicologia em Leipzig e trabalha na psicologia experimental. Na França, Alfred Binet (1857-1911) desenvolve uma das primeiras grandes pesquisas sobre o desenvolvimento intelectual da criança. E, em Genebra, Édouard Claparède, em 1912, funda o Instituto Jean-Jacques Rousseau, a chamada escola das ciências da educação. Um grande número de correntes que até hoje dominam o pensamento teórico e os métodos empíricos nas ciências do homem se constituíram nesse período. Entretanto, embora essa diversificação das teorias e das pesquisas tenha sido uma das características fortes dessa época, uma delas, atualmente, às vezes, parece ter sido esquecida ou deixada de lado. Essa geração dos fundadores das ciências humanas produzia um saber sobre o homem ainda não esfacelado em um saber puramente disciplinar. Isso se explica pelo fato de que a maioria era formada nas faculdades de filosofia e que, mais tarde, nelas ensinavam psicologia, pedagogia ou lingüística. Além disso, a filosofia detinha ainda seu papel de «ciência das ciências », pelo menos no plano epistemológico. Assim, encontramos nas obras desses fundadores não só resultados novos e aplicáveis pelos profissionais e não só métodos que vão fazer escola, mas também reflexões epistemológicas e filosóficas que focalizavam, sobretudo, a capacidade das ciências humanas produzirem um conhecimento do homem que pudesse, de direito, ser chamada de científica. Essa imbricação entre um pensamento filosófico para as ciências do homem e um saber especificamente disciplinar faz com que a leitura de seus textos frequentemente seja difícil. Ao mesmo tempo, essa situação dá ao leitor atual a possibilidade de descobrir idéias que não foram retomadas por seus sucessores ou teses que nem sempre encontraram acolhida nas correntes que, desde então, continuam a se desenvolver em uma especialização cada vez maior. Ce retour au fondement des sciences humaines tel qu’il est proposé dans ce Carnet vise donc deux choses. D’une part, il a pour but de faire connaître l’histoire des penseurs et de leurs idées sur lesquelles nous avons bâti et bâtissons encore nos conceptions du fonctionnement de l’homme, comme celles qui portent par exemple sur l’éducation. Il s’agira alors de faire état des sources, des germes, des esquisses de nombreuses idées qui font aujourd’hui partie des connaissances confirmées et institutionnalisées à l’intérieur des sciences de l’homme. D’autre part, un tel retour cherche à trouver quelque chose de nouveau, non encore exploité dans toute sa richesse. Ce regard sur l’histoire vise en effet le potentiel créatif des ouvrages fondateurs en utilisant une méthode bien spécifique pour le dégager et le travailler. Hannah Arendt (1906-1975), une des rares femmes philosophes qu’a connue le 20e siècle, rapporte quant à la méthode enseignée par son professeur, Martin Heidegger, durant ses cours de philosophie dans les années 20 à Heidelberg : Essa volta ao fundamento das ciências humanas, tal como é proposto neste livro, visa, portanto, a duas coisas. De um lado, tem o objetivo de fazer conhecer a história dos pensadores e das idéias com base nas quais construíram e ainda constroem nossas concepções sobre o funcionamento do homem, como as que, por exemplo, tratam da educação. Portanto, trata-se de estabelecer o estado da arte das fontes, dos germes, dos esboços de inúmeras idéias que hoje fazem parte dos conhecimentos confirmados e institucionalizados no quadro das ciências do homem. De outro lado, essa volta busca encontrar alguma coisa de novo, ainda não explorada em toda sua riqueza. Esse olhar sobre a história visa, de fato, ao potencial criativo das obras fundadoras, utilizando um método bem específico para detectá-lo e trabalhá-lo. Hannah Arendt (1906-1975), uma das raras mulheres filósofas do século XX, discorre sobre o método ensinado por seu professor, Martin Heidegger, em seus cursos de filosoifa nos anos 20 em Heidelberg : Décisif quant à la méthode était que, par exemple, on ne parlât pas sur Platon et qu’on n’exposât pas sa doctrine des idées, mais qu’un dialogue fût poursuivi et soutenu pas à pas pendant un semestre entier, jusqu’à ce qu’il n’y eût plus une doctrine millénaire, mais seulement une problématique hautement présente. (Arendt, 1974, p. 310) Decisivo quanto ao método era que, por exemplo, não se falasse sobre Platão e que não se expusesse sua doutrina das idéias, mas que um diálogo fosse desenvolvido e sustentado durante o semestre inteiro, até que ele não fosse mais uma doutrina milenar, mas sim, apenas uma problemática fortemente presente (Arendt, 1974, p. 310). C’est cette méthode que nous tentons d’appliquer à la présentation d’un des fondateurs incontestables des sciences de l’homme auquel est consacré ce Carnet. Il est psychologue et chercheur dans le domaine de l’enseignement et de l’école. Il s’agit du penseur russe et soviétique Lev Sémionovitch Vygotski (1896-1934) qui, depuis les années 80, est cité comme le père du courant historico-culturel en psychologie et en sciences de l’éducation. Dans ce qui suit nous allons discuter quelques parties de son œuvre en essayant de ne pas trop « parler sur lui ». L’objectif n’est pas de reproduire ses idées, de les présenter sous la forme d’une doctrine, d’une théorie bien définie et close, mais, comme Arendt le suggère, de penser à l’intérieur de sa pensée. Un dialogue aura lieu qui a pour but de rendre visible dans la pensée de Vygotski des problèmes et des questions que nous n’arrivons pas encore à formuler, mais qui nous hantent néanmoins aujourd’hui. Des questions qu’il nous semble important de poser, ici et maintenant, pour pouvoir penser, pour pouvoir traiter la réalité qui nous intéresse en tant que chercheur, enseignant ou formateur et qui nous permettent de nous approcher à cette « problématique hautement présente » dans son œuvre. É esse método que tentaremos aplicar na apresentação de um dos fundadores incontestáveis das ciências do homem, a quem é dedicado este livro. Ele é psicólogo e pesquisador no domínio do ensino e da escola. Trata-se do pensador russo e soviético Lev Sémionovitch Vigotski (1896-1934), que, desde os anos 80, é considerado como o pai da corrente histórico-cultural em psicologia e em ciências da educação1. Vamos discutir algumas partes de sua obra, tentando não « falar sobre ele ». O objetivo não é o de reproduzir suas idéias, de apresentá-las na forma de uma doutrina, de uma teoria bem definida e fechada, mas, como Arendt sugere, o de pensar no interior de sua obra. Será desenvolvido um diálogo, uploads/Litterature/ introducao-ar-ok.pdf
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- Publié le Dec 23, 2021
- Catégorie Literature / Litté...
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